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Esses homens do deserto
vêm puxados a camelo
com seus panos coloridos
envolvidos nos cabelos.
Retorno de tempos idos
muitos anos, isso é certo,
têm os traços bem vividos
esses homens do deserto.
Esses homens do deserto
domadores de elefantes
têm os olhos bem abertos
como bons negociantes.
Venha logo, meu amigo,
venha ver o quanto antes
esses homens do deserto
domadores de elefantes.
Esses homens do deserto
com seu mármore esculpido
construíram os castelos
que encantaram o mundo inteiro.
Contemplaram as montanhas
com seus templos de marfim,
e hoje vendem por barganhas
belos cortes de cetim.
Esses homens do deserto,
esse clima quente e seco
de um país largado a ermo.
Eu preciso ouvir de perto
a canção que não entendo
para ver se estou desperto
ou se os homens que enxergo
são miragens do deserto.
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Esse poema é o carro-chefe do Retorno ao Oriente, meu segundo livro. É um dos poemas que as pessoas mais gostam e acho que deve ser por ele ser bem musical.
ResponderExcluirComecei a elaborá-lo em Deli, logo depois de passar pelo deserto do Rajastão — a grande inspiração para a escrita. De volta ao Brasil, ele foi melhor trabalhado na segunda oficina de texto poético do professor Paulo Henriques Britto, de 2007, onde ganhou métrica e forma. Por fim, acabei enviando o poema ao Eucanaã Ferraz, que me sugeriu mudar o final para dar mais potência. Foi assim que ele chegou nesta versão final.
Esse poema também foi publicado na revista Megazine do Globo.
acabo de achar o final antigo do poema.
ResponderExcluirAcho que ficou melhor...
Esses homens do deserto,
esse clima quente e seco.
Eu preciso ouvir de perto
a canção que não entendo
para ver se estou desperto
ou se é uma que eu invento.
Oi Lucas,
ResponderExcluirEu já conhecia o Plástico Bolha, acabei de mandar inclusive um texto para a apreciação do jornal, mas não tinha me tocado de que você era o editor. Conheci seus pais há alguns dias, esperamos tocar o livro do restaurante juntos. Que coincidência!
Adorei seu texto, suas poesias, suas passas, seus cereais, sua India. Infelizmente na minha época a PUC ainda não tinha o curso de escritor, então fiquei com o jornalismo mesmo e hoje corro atrás do prejuízo rs.
Vou procurar seus livros porque também sou iogue e curiosa pela India, mas já posso dizer que foi um prazer te conhecer.
Abs