.
I
Vinha o Rei Pându
feliz pelos campos
de flores cheirosas,
pois a primavera
cobria as montanhas.
Brilhantes botões
amarelos, onde
voavam abelhas
pretas. Atmosfera
fresca: sol e brisa.
Mádri, sua jovem
esposa que ia
ali adiante
com o sári de seda
(gentil, balançando)
cantava baixinho
só para si mesma
e, de vez em quando,
parava e colhia
uma flor, sorrindo.
O sol quente brilhou
bem por detrás dela,
no que o rei pensou:
“Mas como ela é bela!
E eu não posso tê-la...”
II
Ele aproximou-se,
e ela sorriu –
sua silhueta
era graciosa
contra a luz do sol.
Brotou de repente
uma sensação
de causa evidente:
já fazia anos
que a abraçara.
Deixando cair
no chão os legumes
que colheram juntos,
foi rumo à esposa
em grande alvoroço.
Imediatamente,
Mádri intuiu
os seus sentimentos.
Notando o desejo,
ela teve medo.
“Rei”, tentou dizer,
“controle a mente
se quiser viver!”
Levantou o braço,
fez não com a cabeça.
III
Porém o Rei Pându
ignorou de todo
aqueles avisos
e foi como um louco
ao não-permitido.
Abaixando os braços
abertos de Mádri,
ele os colocou
ao redor do próprio
corpo, com malícia.
E, desesperada-
mente, a princesa
tentou se livrar
dos braços do Rei
que, tomado, ria.
Caindo na grama
macia, os dois
sentiram-se livres,
vivos e sagrados,
assim como os bois.
A princesa presa
em seus braços firmes.
Ele a apertava
forte contra o solo.
Boca atrás de boca.
IV
De súbito, ele
sentiu em seu peito
uma dor terrível.
Tossindo sem ar –
um grito abafado.
Com Mádri ao lado,
Rei Pându deu seu
último suspiro
e então morreu,
deixando essa vida.
“Oh!”, Mádri gritava.
Também soluçava,
não podia crer.
Em vão balançava
o corpo do Rei.
Era muito tarde
para qualquer coisa:
era a maldição
do sábio que tinha,
enfim, se cumprido.
Tentar procriar
estava proibido,
o Rei muito bem
que sabia disso
(mas não deu ouvidos).
V
Muitos anos antes,
caçando entre as árvores,
Rei Pându flechara
acidentalmente
o sábio Kindâma
que tinha tomado
forma de um veado
e ia gerar
um filho na esposa.
Para libertar
Pându de seu karma,
O sábio disse ao
Rei que se algum dia
tentasse ter filhos,
ele morreria.
Foi por isso que
ele decidiu
nunca fazer sexo,
viver uma vida
como a dos ascetas.
É essa a história
do Rei que partiu
deixando para trás
suas duas esposas
e os seus cinco filhos.
.
para Walter Santa-Helena
I
Vinha o Rei Pându
feliz pelos campos
de flores cheirosas,
pois a primavera
cobria as montanhas.
Brilhantes botões
amarelos, onde
voavam abelhas
pretas. Atmosfera
fresca: sol e brisa.
Mádri, sua jovem
esposa que ia
ali adiante
com o sári de seda
(gentil, balançando)
cantava baixinho
só para si mesma
e, de vez em quando,
parava e colhia
uma flor, sorrindo.
O sol quente brilhou
bem por detrás dela,
no que o rei pensou:
“Mas como ela é bela!
E eu não posso tê-la...”
II
Ele aproximou-se,
e ela sorriu –
sua silhueta
era graciosa
contra a luz do sol.
Brotou de repente
uma sensação
de causa evidente:
já fazia anos
que a abraçara.
Deixando cair
no chão os legumes
que colheram juntos,
foi rumo à esposa
em grande alvoroço.
Imediatamente,
Mádri intuiu
os seus sentimentos.
Notando o desejo,
ela teve medo.
“Rei”, tentou dizer,
“controle a mente
se quiser viver!”
Levantou o braço,
fez não com a cabeça.
III
Porém o Rei Pându
ignorou de todo
aqueles avisos
e foi como um louco
ao não-permitido.
Abaixando os braços
abertos de Mádri,
ele os colocou
ao redor do próprio
corpo, com malícia.
E, desesperada-
mente, a princesa
tentou se livrar
dos braços do Rei
que, tomado, ria.
Caindo na grama
macia, os dois
sentiram-se livres,
vivos e sagrados,
assim como os bois.
A princesa presa
em seus braços firmes.
Ele a apertava
forte contra o solo.
Boca atrás de boca.
IV
De súbito, ele
sentiu em seu peito
uma dor terrível.
Tossindo sem ar –
um grito abafado.
Com Mádri ao lado,
Rei Pându deu seu
último suspiro
e então morreu,
deixando essa vida.
“Oh!”, Mádri gritava.
Também soluçava,
não podia crer.
Em vão balançava
o corpo do Rei.
Era muito tarde
para qualquer coisa:
era a maldição
do sábio que tinha,
enfim, se cumprido.
Tentar procriar
estava proibido,
o Rei muito bem
que sabia disso
(mas não deu ouvidos).
V
Muitos anos antes,
caçando entre as árvores,
Rei Pându flechara
acidentalmente
o sábio Kindâma
que tinha tomado
forma de um veado
e ia gerar
um filho na esposa.
Para libertar
Pându de seu karma,
O sábio disse ao
Rei que se algum dia
tentasse ter filhos,
ele morreria.
Foi por isso que
ele decidiu
nunca fazer sexo,
viver uma vida
como a dos ascetas.
É essa a história
do Rei que partiu
deixando para trás
suas duas esposas
e os seus cinco filhos.
.
estou de olho, hein!!
ResponderExcluirum abraço do Paulinho